METODOLOGIAS ÁGEIS CONSIDERAÇÕES DO PMBOK® 6ª EDIÇÃO

De acordo com o blog.dtidigital  (http://blog.dtidigital.com.br)  as metodologias ágeis trazem benefícios, tais como a flexibilidade, a agilidade e o foco no desenvolvimento do software. Veja os benefícios elencados no blog:

  • As entregas são mais rápidas. As metodologias ágeis são focadas no desenvolvimento do software em si. A cada etapa do projeto, o cliente recebe um artefato com as funcionalidades implementadas. Esse cenário é mais vantajoso, porque entrega uma parte do software funcionando ao cliente.
  • Metodologias ágeis deixam o software mais flexível. O cliente tem a chance de apresentar uma sugestão de mudanças, e, a equipe de desenvolvimento já começa a implementar essas alterações de imediato.
  • A validação da qualidade do software. Como cada etapa do projeto é validada pelo cliente, qualquer problema é logo corrigido.
  • Proximidade entre os clientes. Uma das premissas das metodologias ágeis é estimular o contato entre os envolvidos no projeto, por isso, a comunicação entre o cliente e os desenvolvedores deverá ser bem próxima.
  • Gerenciamento de riscos. Com a participação mais efetiva do cliente, é de se esperar, que possíveis problemas possam ser identificados mais rapidamente e que os mesmos sejam solucionados em tempo hábil.

“Todas essas características das metodologias ágeis são consideradas benefícios para o desenvolvimento de software. Também, é importante entender que as metodologias ágeis não abandonam a análise e a documentação.  Elas apenas dão maior prioridade à construção do produto final, tentando alcançar o objetivo do projeto.”

Todavia, como o novo Guia PMBOK® 6ª Edição trata as metodologias ágeis? Bem,  foram introduzidas algumas ferramentas específicas da Metodologia Ágil. Também, foi dada maior ênfase a cobertura expandida de métodos ágeis e outras práticas adaptativas ou ágeis e iterativas (é o processo chamado na programação de repetição de uma ou mais ações.)

Isso alinha conceitos provados básicos de gerenciamento de projetos com o estágio evolucionário atual da profissão de gerente de projetos (PMI®, 2017).

Na pesquisa PMI Pulse of the Profession® ficou evidente de que Agile está sendo usado em números cada vez maiores pelas organizações no gerenciamento de alguns projetos. Não é uma surpresa que o PMI® – Instituto de Gerência de Projetos, esteja aumentando as informações sobre práticas ágeis.

No Guia PMBOK® 6ª Edição contém um apêndice e informações sobre métodos ágeis para cada uma das áreas de conhecimento.

O PMI® e a Agile Alliance® uniram forças para criar um guia de práticas ágeis com a intenção de desenvolver uma maior compreensão das práticas ágeis, com ênfase na forma como a Agile se relaciona com a comunidade de gerenciamento de projetos.

Portanto, já está disponível para o mercado: o Guia de Práticas Ágil focado na agilidade.

Mas, quando começaram as metodologias ágeis? Metodologias ágeis existem há anos, há mais de três décadas, desde a década de 80. Por conseguinte, desenvolvedores da área de informática passaram a entender a metodologia ágil como como uma alternativa.

As metodologias ágeis podem trazer sucesso ao projeto, e são utilizadas inclusive na indústria. Como exemplo tem-se o modelo de produção enxuta da Toyota, que é uma forma ágil de produção e que evita o desperdício.

Apesar das metodologias ágeis existirem há muito tempo, foi em 2001 que um grupo formado por Kent Beck e mais dezesseis renomados desenvolvedores assinaram o MANIFESTO PARA O DESENVOLVIMENTO ÁGIL DE SOFTWARE e o grupo foi batizado de Agile Alliance® – “aliança dos ágeis.

O manifesto ágil pode ser acessado em: http://manifestoagil.com.br/ e possui a seguinte base:

  • Os indivíduos e as interações são mais importantes do que os processos e as ferramentas;
  • O software funcionando é mais importante do que uma documentação completa;
  • A colaboração com o cliente é mais importante que negociações de contratos e;
  • Respostas as mudanças são mais rápidas e estão acima do plano do projeto, (plano = como fazer).

Fala-se que a documentação na metodologia ágil é resumida e simples. Isso não quer dizer que documentação não seja importante e que os processos e as ferramentas sejam inúteis, significa que rapidez é o mais importante, apenas isto.

“A engenharia de software ágil combina filosofia com um conjunto de princípios de desenvolvimento. Defende a satisfação do cliente e a entrega incremental; equipes de projetos pequenas; métodos informais; artefatos de engenharia de software mínimos e, acima de tudo, simplicidade no desenvolvimento geral. Também priorizam a comunicação ativa e contínua entre desenvolvedores e clientes” (Pressman, 2011).

Pressman cita que uma das prioridades é a entrega, mas, qual é o cerne de ser ágil? Segundo Ivar Jacobson “Atualmente, agilidade tornou-se a palavra da moda quando se descreve um moderno processo de software. Uma equipe ágil é aquela rápida e capaz de responder apropriadamente a mudanças. Uma equipe ágil reconhece que o software é desenvolvido por indivíduos trabalhando em equipes.”

No PMBOK® 6ª Edição cada Área de Conhecimento inclui considerações padronizadas, a saber:

  • Conceitos-chave. Apresentação de conceitos-chave associados a área de conhecimento específica.
  • Tendências e Práticas emergentes. Descrever o que é considerado prática recomenda na maioria dos projetos, na maior parte das vezes.
  • Considerações sobre Tailoring (adaptação). Adaptação em todos os aspectos do projeto para atender às necessidades da organização.
  • Considerações para Ambientes Ágeis/Adaptativos. Identifica algumas das áreas em que as abordagens ágeis/adaptativas podem diferir das abordagens preditivas (prever antes, ato de predizer, em determinada área de conhecimento).
CICLOS DE VIDA DO PROJETO E DO DESENVOLVIMENTO

O ciclo de vida do projeto é composto pela série de fases pelas quais um projeto passará, desde o seu início, até o seu término (Figura 1). As fases de projeto podem ser sequenciais, iterativas ou sobrepostas (PMI®, 2017).

Os ciclos de vida do projeto podem ser preditivos ou adaptativos/ágeis. Os ciclos de vida de desenvolvimento de um produto/serviço podem ser: preditivos, iterativos (repetitivos), incrementais, adaptativos ou um módulo híbrido, a saber:

  • Em um ciclo de vida preditivo, o escopo, o prazo e os custos do projeto são determinados nas fases iniciais do ciclo de vida. Também, chamados de ciclos de vida em cascata.
  • Em um ciclo de vida iterativo, o escopo do projeto geralmente é determinado no início do ciclo de vida do projeto, mas, as estimativas de prazo e custos são normalmente modificadas à medida que a equipe do projeto compreende melhor o produto.
  • Em um ciclo de vida incremental, a entrega é produzida por meio de uma série de iterações que sucessivamente adicionam funcionalidade em um prazo predeterminado.
  • O ciclo de vida adaptativos/ágeis, são interativos ou incrementais. O escopo detalhado é definido e aprovado antes do início de uma iteração.
  • Um ciclo de vida híbrido é uma combinação de um ciclo de vida adaptativo e um preditivo. Os elementos do projeto que sejam conhecidos ou que tenham requisitos estabelecidos seguem um ciclo de vida de desenvolvimento preditivo, e os elementos que ainda estiverem em evolução seguem um ciclo de vida de desenvolvimento adaptativo.

 

Figura 1: Ciclo de vida do gerenciamento de projetos.

 

PROJETOS ADAPTATIVOS/ÁGEIS EM RELAÇÃO AOS CICLOS DE VIDA DO PROJETO

 Para se entender melhor a aplicação do processo em projetos adaptativos/ágeis, é preciso definir a sequência dos ciclos de vida do projeto.

Em um ciclo de vida do projeto, há geralmente uma ou mais fases associadas com o desenvolvimento do produto, serviço ou resultado. Elas são chamadas de ciclo de vida de desenvolvimento. Os ciclos de vida de desenvolvimento podem ser preditivos (orientados por um plano-como fazer), adaptativos/ágeis, iterativos, incrementais ou híbridos.

A Figura 2 mostra as várias maneiras de tratar os requisitos e os planos, como são gerenciados risco e custo, considerações sobre cronograma e como o envolvimento das principais partes interessadas é tratado de acordo com o ciclo de vida empregado.

Pode-se destacar que que no ciclo de vida ágil, as entregas acontecem com mais frequência, isto é, o projeto é divido em mais fases/etapas. E, é encorajado uma maior participação do cliente no projeto (Figura 2).

Figura 2: A sequência contínua dos ciclos de vida do projeto.

Fonte: PMBOK 6ª Edição.

Os ciclos de vida de projeto preditivos caracterizam-se pela ênfase na especificação de requisitos e planejamento detalhado durante as fases iniciais de um projeto. A medida que a execução do plano detalhado progride, os processos de monitoramento e controle se detêm nas mudanças limitantes que podem impactar o escopo, o cronograma ou o orçamento.

Os ciclos de vida altamente adaptativos ou ágeis de projetos caracterizam-se pela elaboração progressiva dos requisitos com base em planejamento iterativo curto e execução de ciclos. Os riscos e os custos são reduzidos pela elaboração progressiva dos planos iniciais. As partes interessadas chaves estão continuamente envolvidas e fornecem feedback frequente, e isso permite reagir mais rapidamente às mudanças e também resulta em melhor qualidade.

 

TENDÊNCIAS E PRÁTICAS EMERGENTES EM GERENCIAMENTO DA INTEGRAÇÃO DO PROJETO

 A área de Conhecimento do Gerenciamento da Integração do Projeto requer combinar os resultados de todas as outras áreas de conhecimento. Essa é uma tarefa que não se pode terceirizada, isto é, é tarefa premente do Gerente de Projetos – ele é um integrador.

Para os processos de Integração recomenda-se:

  • Uso de ferramentas automatizadas. As ferramentas ajudam a coletar, analisar e utilizar informações para atender aos objetivos do projeto.
  • Gerenciamento do conhecimento do projeto. A força de trabalho, equipe do projeto, cada vez mais móvel e transitória exige um processo mais rigoroso para identificar o conhecimento em todo o ciclo de vida do projeto e transferi-lo para o público-alvo, para que o conhecimento não seja perdido.
  • Expandir as responsabilidades do gerente do projeto. Os gerentes de projeto estão sendo instados a iniciar e finalizar o projeto com foco nos benefícios do projeto. Os gerentes de projetos também estão envolvidos numa identificação e engajamento mais abrangentes das partes interessadas.
  • Metodologias híbridas. Algumas metodologias de gerenciamento de projetos estão evoluindo para incorporar com sucesso novas práticas aplicadas. Exemplos inclui o uso de práticas ágeis e de outras práticas iterativas.

 

CONSIDERAÇÕES PARA AMBIENTES ÁGEIS/ADAPTATIVOS

Abordagens ágeis e iterativas promovem o engajamento dos membros da equipe como especialistas de domínio no gerenciamento de integração. Os membros da equipe determinam como planos (como fazer) e componentes devem ser integrados.

Muitos ambientes com requisitos emergentes descobrem que, com frequência, há uma lacuna entre os verdadeiros requisitos de negócio declarados originalmente. Portanto, os métodos ágeis desenvolvem e revisam protótipos e versões para refinar os requisitos. Como resultado, o escopo é definido e redefinido ao longo do projeto (PMI®, 2017).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se que os métodos ágeis têm seu papel na história e um bom gerente de projeto deve aprofundar os seus conhecimentos nessas metodologias. Afinal, tudo muda e a tendência e a evolução, como por exemplo, o GUIA PMBOK 6ª que está bem melhor do que as edições anteriores.

Todavia, se você pretende aprofundar seus conhecimento em Gerenciamento de Projetos veja o meu artigo “Por que o Gerenciamento de Projetos é um Fator de Sucesso nas Organizações?”

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AUTOR

 

Prof. Dr. José Bezerra da Silva Filho. Entusiasta em Gerenciamento de Projetos. Doutor em Engenharia pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG e Universiy of Maryland at College Park (EUA) e Mestre em Ciência da Computação pela UFCG. Elaborou, implantou e coordenou um curso de Mestrado em Informática Aplicada. Já coordenou dezenas de turmas de cursos de MBA/Especialização. Trabalhou no Banco do Nordeste do Brasil por mais de três décadas.  É autor de seis livros, sendo os últimos dois: Tecnologia da Informação e Comunicação para GestoresNa Trilha dos Lucros: Prática de Gestão para Tornar sua Empresa mais lucrativa. Coordena o MBA em Gerenciamento de Projetos do Instituto de Capacitação Business School Brasil – BSBr e o Treinamento de Preparação para as Certificações PMP e CAPM, que já está na sua 35ª Turma.

 

REFERÊNCIAS

PMI. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK® 6a. Ed. – EUA: Project Management Institute, 2017.